Nas últimas aulas pudemos assistir ao filme Shutter Island.
Sinopse:
1954, o pico da Guerra Fria, os agentes Teddy Daniels e Chuck Aule são convocados a "Shutter Island" para investigar o improvável desaparecimento de uma criminosa do impenetrável Ashecliffe Hospital. Rodeados por circunspectos psiquiatras e perigosos pacientes psicopatas, eles vêem-se envolvidos numa atmosfera misteriosa e volátil que sugere que nada é o que parece… Com um furacão a aproximar-se da ilha, a investigação progride rapidamente. No entanto, à medida que a tempestade aumenta de intensidade, as suspeitas e os mistérios multiplicam-se, cada um mais terrível e tenebroso que o anterior. Há indicações e rumores de conspirações sombrias, sórdidas experiências médicas, alas secretas, controlo mental e inclusive de algo sobrenatural. Movendo-se nas sombras do hospital, assombrado pelos terríveis actos dos seus instáveis habitantes e pelos desígnios desconhecidos dos igualmente suspeitos médicos, Teddy começa a sentir que, quanto mais fundo ele chega na investigação, mais perto está de se ver confrontado com alguns dos seus mais profundos e devastadores medos. E apercebe-se também que poderá não sair vivo daquela ilha.
(retirada deste site)
O final permite-nos criar várias interpretações e teorias. Aqui estão as minhas (spoilers em baixo):
1 - Andrew após a experiência traumática de perder os filhos e assassinar a mulher, criou a personagem fictícia de Teddy para o ajudar a fugir da dura realidade,
2 - Teddy na verdade nunca foi Andrew, contudo, o psiquiatra da ilha convence-o de que está louco - com a ajuda dos comprimidos que lhe foi dando a tomar desde o princípio do filme - e fá-lo acreditar que Teddy não é mais do que invenção de Andrew,
3 - Teddy nunca foi Andrew, viaja até à ilha e embora o consigam convencer que é doente - uma vez que ele estava a "juntar muitas peças" e a descobrir o que realmente ocorria em Ashecliffe, guarda dentro de si a convicção de que é Teddy, mas sabendo que não há saída possível da ilha, resigna-se.
O filme vale a pena. Tem um ritmo que nos faz ficar na expectativa do que acontece a seguir, tem cenas lindíssimas em termos visuais e os planos da câmara estão próximos da perfeição. A banda sonora é que, tenho de confessar, é um bocado irritante.
De resto, o filme deixa-nos a reflectir que a qualquer momento nos poderá acontecer algo que nos mudará para sempre enquanto seres humanos o que nos mostra a nossa fragilidade. Um trauma poderá fazer-nos mudar completamente a nossa personalidade, até levar-nos a refugiarmo-nos numa personagem fictícia. Ou podem ser os outros a alterar profundamente a forma como nos vemos - e a forma como somos.